quarta-feira, 23 de maio de 2018

Computação 3 de X - Números

Após a humanidade ter alcançado a abstração dos números vem o seu desenvolvimento escrito e o nascimento da aritmética. E é nesta evolução que nos focaremos hoje. 
O osso de Ishango, de 20 mil anos, parece mostrar riscos que correspondiam a marcas de contagem.

Segundo [1] alguns registros foram inscritos em tabuas de barro antes de 1000 D.C. Essas civilizações estavam acostumadas a contagem nos dedos, por isso foram adotados sistemas numéricos de base 5 ou 10. Os sistemas numéricos Sumérios, Gregos, Romanos e Arábicos foram algumas das invenções. 


Segundo [2] os gregos e os romanos usaram as letras do alfabeto. Os algarismos romanos que conhecemos até hoje, nos relógios e nos capítulos de livros, foram bastante utilizados na Europa. O primeiro documento datando o uso do sistema hindu-arábico na Europa foi escrito por Claustro Albeda, na Espanha em 976 D.C. 

Segundo [2] O sistema hindu-arábico trouxe um grande avanço e possibilitou o desenvolvimento de métodos matemáticos a aritméticos, graças a sua repetição de símbolos e o zero, que não existia nos numerais romanos. Al-Khwarizmi, de origem persa, foi um matemático de extrema importância para o desenvolvimento da matemática, e o seu trabalho se espalhou por todo o império árabe, e a partir do contato destes com a Europa, através do comércio e guerras deu-se a expansão dos seus numerais pela Europa. 

Segundo [3] Al-Khwarizmi estabeleceu os métodos básicos para adicionar, multiplicar e dividir, extrair a raiz quadrada e calcular os dígitos de π. Eram métodos não ambíguos, mecânicos, eficientes e corretos. Era Algoritmos, termo cunhado para homenagea-lo. 

Segundo [3] Não fosse por Leonardo de Pisamais conhecido pelo nome de Fibonacci, o trabalho de Al-Khwarizmi não teria chegado ao Ocidente, hoje ele é mais conhecido pela sua sequência numérica, a Sequência da Fibonacci: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, ..., onde cada número é a soma dos antecessores imediatos. Sobre Fibonacci falaremos em outra postagem. 

O uso do sistema hindu-arabico se firmou na Europa por volta de 1375, embora ainda existisse uma grande resistência para a adoção dos novos números [3]. Segundo o autor, Essa permanência dos métodos antigos de notação foi causado não por falta de conhecimento sobre o novo, mas pelo medo de que, sem um entendimento completo do sistema, alguma coisa poderia dar errado.  
Curiosidades: 

Em 1229, a cidade de Florença proclamou uma lei que proibia o uso dos numerais hindu-arábicos, pois eram fáceis de serem alterados ou forjados (por exemplo, transformar um 0 em um 6 ou 9 deveria ser bastante fácil). 

Até mesmo por volta de 1681 encontram-se evidências de que o novo sistema ainda não tinha sido completamente compreendido. Um livro publicado naquele ano teve seus capítulos numerados como: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, X, X1, X2, X3, X4,, XXX, XXX1, 302, 303,…, XXXX, 401, 402,... 

Referências: 
[1] ZiavrasSotirios G. History of Computation. Department of Electrical and Computer Engineering, New Jersey Institute of Technology. New Jersey. U.S.A. 
[2] Cléuzio Fonseca Filho. História da Computação - O caminho do pensamento e da tecnologia. Porto Alegre. EDPUCRS. 2007. 
[3] SanjoyDasguptaChristo PapadimitriuUmesh Vazirani. Algoritmos. São Paulo. McGraw-Hill. 2009. 

Fonte das Imgens:
Números Romanos: https://br.pinterest.com/pin/548805904571604709/
Números Gregos: https://janusaureus.wordpress.com/2012/02/23/o-sistema-numerico-grego/
Osso de Ishango: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2017/06/12/a-necessidade-economica-que-levou-ao-desenvolvimento-da-1-forma-de-escrita.htm?cmpid=copiaecola